Textos de Alberto Moreira Ferreira
Entrou-me uma andorinha
Pela casa adentro, trazia
O vinho no bico, o coração
Inundado

Certa vez arranjei tudo para
Partir, havia perdido 
A luz e na escuridão amargava 
Tal como os que na claridade 
Perdem os ombros

É verdade que desejava e
Dormia, e sonhei, sonhei
Voar muito alto e compreendi
Que desconhecia não inventei 
E, uma 
Rosa era toda a aurora que mais
Queria

E eis que uma amável alma
Rosa, surgiu e, segurou-me
Como um palerma que queria 
E ainda quer - E, não pode 
Não se dá água à dor e espera-se 
Servir o vinho ao amor

"Zénite"