Textos de Alberto Moreira Ferreira
Tal a pedra dá à costa milhões de areias onde te deitas e adormeces, embriagado pelos grãos soltos maiores que os do lodo, numa catatonia, miserável. O ar é impuro, do só cego; perdão, do mineral; perdão, do sossego a confusão, e o que muda da noite para o dia de dia para dia é a vontade de ver, desistes da bebida, da conversa, do amor desamor de rir chorar, porque, de fato, o solitário do dedo sem mão edifica um extenso manto de areia azul do céu sob o qual é impossível pensar viver, sequer gritar, desobedecer, por ordem, talvez não inocente subindo o mais alto, o legado, a bandeira, a mega necrópole, a herança, uma tranca, gravemente, branca. Mata como a pedra por isso… e que interessa isso.

"Solitário de Pandora"