Textos de Alberto Moreira Ferreira
                                                 Viver
No meio de um ou mais vazios é
Como estares bêbado sem beber
Até, que, ensurdecido, perdes-te
Exagero!

No meio de tudo, há a saudade, mas 
Mesmo que quem ou o lugar motivo
Dessa saudade voltasse ao fim de
Quanto tempo…! Não colmataria
A falta sequer suavizaria o sofrimento
Trazidos pelo vazio, pela total solidão
Numa esfera de corpos, de vazios
Meras embalagens profissionais
Os quais após a passagem do tempo
Jamais reconhecerias

Então canalizas o conhecimento
Para aceitares a sorte sem contudo
Te renderes a essa mesma sorte
Perderes-te numa ira crescente 
E acabares, mal, da pior forma, en-
-louquecido, às tuas mãos

O tempo tudo muda, e aceitar
A roda viva é um outro caminho onde
A luta é respeitar a natureza
Compreender o vazio e que pode ser
Uma multidão, e diga-se que o vazio
Jamais te compreenderá, e depois
Vais para outro sítio, antes

Libertas a rainha do jardim
Podes inventar, ser criativo
E escreves mais um, um outro 
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"Mais Um, Um Outro"