Textos de Alberto Moreira Ferreira
Chovem silêncios - sobre ti,
Embora ouças vozes na rua,
De engenhosos mais felizes…
Ou talvez de garimpeiros procurando
Serem mais felizes do que tu
Feliz sem motivação laçado no estrangeiro,
Tanta vez cortado por mãos à distância,
Dos mais azuis dos comboios, de uma
Moral saída pelos cantos da boca sem 
Quaisquer sinais de margaridas, de verdade,
Que só não o conseguiste despir como 
Depois da pancada se adensou,
E agora, com uma enormidade
De ramos floridos abaixo do chão
Acendes cigarros que te aborrecem,
E o amor, que seria o medicamento,
Alma, carne, ossos, jamais as boas 
Horas de relógios de dois gumes,
Não te traz grande esperança, tal
As mãos mutiladas que se escapam,
Que te escapam, por tanto - bebes,
Bebes os silêncios, e a noite clara
Não é mais que mais um dia
Escuro achacar que te enleia,
E, cada vez mais achacadiço… 
[Que bom] chegas a pensar, 
Mas um dia será definitivamente noite e só
Te tens a ti para te veres, desobedecer, sair
Das águas-furtadas pelo ar dessa lâmpada 
E honrar a derradeira estrela, essa mesma, 
De uma excecionalidade peregrinante,
Que vive contigo, aqui ou lá, bonita a
Reflorescer no céu, das neves

"O Espinheiro A"