A loucura é antes demais a vida humana depois do horizonte traçado pelo outro mundo, a loucura é o céu batendo à porta, sonâmbulo, no branco dos nossos olhos, pela eternidade gozo vontade de se mostrar ou desespero como quem diz eu estou aqui, como se viajássemos drogados ou a dormir na importância de uma luz que ninguém vê. Nós criámos o escuro e as ondas e a dor não devia ter motivo para existir à luz do dia e a noite enferrujou reflectindo o dia pela razão da geometria de um boneco e tudo é água, benta forte ou do fastio, que, ao contrário do vinho que nos cega para vermos as cores, nos faz perecer. Muitos dizem que a droga enlouquece e, sinceramente eu, diria, que a única droga que nos enlouquece somos nós. Porquê! Porque os nossos olhos estão longe, há um jogo no parque dos príncipes e o coração tem mais que fazer.
"Overground"
A poesia é como uma mulher viva, que nos aprisiona e nos liberta, é como a liberdade que queremos e respeitamos cuidando todos os dias, todavia pensar e sentir a humanidade com franqueza sem constrangimentos além da imaginação é uma veleidade de deuses, e eu como sou real e não pretendo por nada submeter-me ao primário sequer pertencer à guerra da economia depois de tudo questiono-me, qual o sentido da vida.
A minha estrela! A minha rosa-dos-ventos! Nas paragens do meu andar percebo o já quase medo da vertigem entregue à melancolia do que já não pertence e até as formigas me fazem confusão, anseio calor, ausência de vento, e uma brisa a evitar o encerramento do coração, e nestas alturas, a esta hora, a inocência não serve o vinho, e custa-me tanto andar. Por vezes sinto as pernas frescas, os pés à beira de uma ingenuidade e nestes momentos ainda penso, ainda dou fio, será loucura por ventura cegueira amor, recomeçar. Depois paro, nesta terra não há rosas e nas paragens do meu andar...
Com sorte animado vês um dia de sol
Sobes mais um degrau e queres morrer
Fazes juras à noite - deus nos livre
Ela aparece-te à frente e tu foges, atormentas
O horizonte, e voltas arrastar o morto
Vais subindo e descobrindo que estás
Metido num lindo sarilho, a liberdade
Não supre a falta, e tu sobes, humildemente
Arrastas o morto e com sorte lá terás mais um
Aquele dia de sol
Se numa palavra pudesse fazer um mundo bonito; Diria: Amor. Diz-me, quantas facas tenho cravadas nas costas sem nenhuma recompensa, sem me enganar, sem lhe acrescentares mais sangue por contas, seja como for, eu direi, eu não sou uma vítima, sou um vivente neste mundo enfermo que os homens fazem dia a dia noite após... noite. Diz-me, diz-me com verdade, pois nada choca um morto, e nada detém um espírito vivo, de liberdade.
Assim que idearam a laranja, criaram o detentor da suma perfeição, o óbelo, o círculo tornou-se quadrado e o plasma nada pode fazer para desviar os comboios do caos de plástico bolha do céu individualista em fogo de artifício. Ainda perguntei aonde era a farmácia e no café alguém disse: olhe que está à bicha.
Mais um dia, mais um fogo preso na cidade, na solitária, num lugar do mundo, apeado numa estação da idade, e da circunstância abastadamente justa para não conseguires desatar o nó, mesmo com toda a imaginação bondade e vontade possíveis, e ninguém da multidão se aproxima, com sorte ouves responder ao cumprimento, ninguém te descobre esmorecendo, sequer tens alguém neste triste mundo para te procurar, neste triste mundo de estátuas numeradas de fabrico em série de mãos nos bolsos olhando para o chão de onde imerge a imagem de seriedade de um ladrão, como se já estivesses morto, antes mesmo dela chegar. Podes converter-te a um deus esquecido da humanidade, e não me digas; não me venhas dizer que a esperança está no próximo copo.
Essa força vascular matinal tal,
A polinização das abelhas,
Claramente que merecia,
Resvalava-me de mim, e,
...
-tavas-me uma história,
Não merecia, via-me a adormecer,
Contíguo à presença espartilhada,
Nos ninhos das mentiras que nos
Está um dia bonito. As gaivotas no escritório, os pássaros arrumados em gaiolas, e o bêbado sozinho na sua casa limpa e arrumada pensando que falhou onde todos acertaram. Esta terra parece que morreu e vive morta sem saber. Se soubesse onde fica o carnaval ia ao carnaval enlouquecer, mas de fato, a arder, sou tão esquecido quanto esta terra, vivo morto sem saber.
Está tudo errado, a sabedoria não é sábia porque é tendenciosa, e a verdadeira, a que se despe, a que se despoja, nunca foi praticada à escala plural. Não há amor nos corações das nossas sociedades, há desejo cobiça fome, inveja, sobretudo ganância, há egos inflacionados, vaidade saloia. Não há qualquer moral nos números de braços armados duma economia selvagem como não há humanismo numa sociedade economica, num mundo oportunístico. Eu amo-te muito meu amor e perdoa-me ser defeituoso.
Mais uma semana de trabalho para uns e trabalhos para outros. Para mim por força da circunstância quase habituado à malandrice será mais uma semana na fábrica da luta contra a solidão. Vou ter momentos de brilho, de sombras, e em todos gostaria de me segurar, é o que costumo fazer, só não me seguro no ar puro do amor, aí sou todo coração aberto, tão rebelde que me esqueço de mim. Mas a vida também é liberdade, loucura, e ternura do coração.
No calor abrasivo de Yellowstone
O código amantivo da belíssima
Flor que és, tu mulher descobriste
Torrevieja e avançaste decidida
Logo depois o palato deu-me a conhecer
O complexo sabor dessa fogueira molha
-da, que desfolhei, francamente, a bel-
Prazer pelo prazer das naturezas completas
Depois de sentir o paraíso e verter em ti
O néctar do sol, pensei: gostava de te ter
A alma
O bem-estar,
Que, te foste no calor
Da casa fria - E quem diria
Ah dói-me o amor passado,
Que nunca tive, e o futuro,
E não me digas que o dia
Que não vivi foi abandono,
E a graça que recebi. E eu
A chuva sai pelo telhado, mas pelo fato de não ter interesse e ninguém… não tem importância. Será da idade, do nome da rua, talvez, de todos os feriados da vida. Ficarão então os néons, o porto aberto, um pedaço de inocência, as notas perdidas no quarto, os delimites, de nada, dispenso a escada, a rosa morta no armário, e a carta por abrir.
"Da Terra e dos Últimos"
Naturalmente esqueceram-se de mim na terra. Eu sou o pior de todos, o mais temível criminoso, o mais apurado sanguinário, cruel assassino, o mais injusto e indelicado, o maior ladrão, enganador dos deserdados, uma besta que tudo despreza, não tenho compaixão, não sinto empatia, sou o monstro mais horrível dos nossos dias, a verdade seja dita, o mais violento, campeão dos malandros, e é, portanto, compreensível a falta da humanidade, as falhas de memória, e é legitimo desembarcar já esta noite no último crime. Ó meu amor, tudo isto é verdade, e a tranquilidade, aportou na minha doce cama cansada de me ver cansado, por tudo arrumado, com vontade de dormir. Sou um bom convencido! Se assim fosse, meu amor, lembrar-se-iam de mim.
"Passadeira Indiana"
Pela casa adentro, trazia
Morta pela alma aproada
Aos ossos, das guerras,
Como o, fogo ditando
O cansaço por tudo o
Constatei-o ao ver-lhe os carris
com chifres de sapato e olhos pretos
Embora ouças vozes na rua,
Responde, e permanece
Vai-se afastando das estrelas do céu,
E nenhum chamamento parece justo,
Visto que, todas têm as suas árvores,
Os seus caminhos a percorrer, e seja
Visceral, veneno de
Cascavel para manipulação
Palavras são bisturis, espátulas,
Alargadores e pinças
Para recolha e identificação
E são um tipo de onda eletromagnética
Visível, o calor de um amor, a anestesia
De uma operação, a beleza impedindo
Que a imundície te emudeça
E a palavra é um foguetão,
Além de todo o sofrimento,
Ferimento, toda a felicidade
Palavras são ossos de suporte
A palavra é um pilar,
A falta dela gelatina,
Obscuridade, ruína
Do maldoso mundo
Como quem sabe que
Os dias brancos do recomeço
Têm o efeito da endorfina
De uma ampola de limão
Sabes que a graça do sol
É capaz de entreter
E prolongar as cores
E que na verdade há um dia em
Que o sonho se torna realidade
E outro em que tudo é mera ilusão
Eu vejo-te a partir
Sei quando foges, no entanto
Não vês caminhos no ar e eu
Não sei para, nem
Do sagrado a palavra, a luz e vida.:
Chegaria do ovário súpero da rosa,
De caráter simbiótico, das suas pétalas,
Do vermelho ao azul e violeta,
Amarelo, pintada numa total ausência
Do cruel silencio do nariz no chão,
Aliviados finalmente, no fundo,
Aos círculos para lugar nenhum
Ao lado do último lobo do mar
As madrugadas e resíduos..
Poderá entardecer com a prata dos meus fantasmas
Acabar como a noite algemada à lamina na garganta
Ou poderei abrir o orgânico modestamente e aceitar
Será da idade, talvez, e do amor à vida, por estranhíssimo que se sinta no mundo, num mundo, que já mal conhece, do qual outrora foi parte e hoje à parte, num momento invisível indizível apesar das medidas aumentadas, algo que nos devia incomodar, por oposto à dimensão da ingenuidade pura espinhosa da beleza, que aos seus olhos caiu, motivo pelo qual me permito continuar a observar por onde andamos a deambular, por todos os mundos concebidos, que te desejam no chão quando precisas levantar. Este é o tempo da Anita, Anita na Cama, Anita no Campo, Anita de Férias Anita na Praia Anita Pendurada, no ar no chão. Pois, caro pois, não sei se será da idade, e do amor à vida, jamais poria a hipótese de me suicidar.
Conteúdo ou piedade, como dias desde a manhã de pureza à tarde,
Aferrolhada, o silencio azulado perturbante que bate.;
Desde há tanto, que perdes o tempo aferindo o desespero,
Não sabes se capaz ou incapaz de afastar a desfiguração,
Como se pudesses esperar ou deixar de esperar outro momento,
Que não esse sem tinta na esferográfica a ganhar teias perdendo
A raiz, o sentido, a alma, como se possível
Eu, guardara-te aquele licor, docinho
Depois… deitavas a ternura nas minhas pernas
Suavemente acariciava-te o cabelo desenhando
Com os olhos um coração no céu naturalmente
Alegre bondoso elegante onde ficamos até tarde
Tocar na divindade, tão admirável
Tão brilhante que cego sedento
Fosse justo ser o abençoado do coração
Dessa estonteante beleza pura imaculada
Que me ensurdece a razão fazendo-me
Querer mais que o meu contento
Pudesse a terra girar ao contrário
Curar um fósforo queimado lamento
Dar-lhe outro destino, por ventura
Um milagre, que não a tesoura e um
Lírio-do-vento
E, no entanto, é do sonho que me alimento
E me embriago, como o véu de uma leiteira
Que pare a pena aliviar a pena que este cavalo
Estampado ainda tem pulso e tu de fato
Não és um mito, és a mais bela lua rosa
Este é dos mundos que não têm mundos declarados culpados. E da inocência resta-lhe os contornos da imaginação onde se deixa dormir sem paradeiro ou lugar entre a multidão, por muito que queira conhecer o amor, essa fantasia que pintam como se fosse a luz da manhã para amanhã. Este é dos que não têm manhãs e ante a escureza da tarde à noite pinta a luz da vida para outro dia, mas também gosta de se levantar cedo e não ir a lado nenhum.
Mas se fujo pela imaginação
Dou pousada ao coração
Acordo com o nariz esmurrado
e nos encontramos sozinhos em conversação num dos cantos
blue belle tão, laranja, sunrise ruby,
amarelo vivo, toda ela branca pura
é natureza, exceção, imperial, mais
formosa que as estrelas, suspensas no espaço,
tem cura nas pétalas livros nos espinhos, toda
nascente termal em constante erupção, e toda
por isso ventos a querem levar, por isso,
no limite anoiteça, aguardem os ferros, que,
dela virá a claridade, a polinização a revogar
o cinzentismo das cúpulas. Toda ela é gema,
menina valiosa, literatura dimensão humanidade
elevada liberdade… independente… Ah! Parou a
"A Força Gravitacional Eletromagnética Nuclear"
Não há aparentemente vida no caixão
As estátuas amam o imóvel, o reportório é sempre o mesmo, os sagrados amam as nossas fraquezas fragilidades e todos os seus domínios. Eu amo uma mulher de carne osso alma e coração, e, não ter medo de amar é demasiado arriscado, mas não amar seria de uma inutilidade, profundamente estéril, tal como amar sem retribuição, por pequena que seja, ou o amador acabaria vítima da frustração, mas mais grave é quando não podemos ou não devemos amar e amamos à distancia. Também amo a linha reta a liberdade e a natureza, e estas, devolvem-me sempre um círculo do chão.
O lobo não obedece ao ferro, dobrador de grilos
Vira as costas como a águia em vistas de falcão
Recusa a vitória doando o triunfo ao mar
Só ele enverga países de braços abertos
Ele medita no ventre das mães, e segue
O caminho dos homens até ao último porto
Raramente precisa de resposta e pergunta
Quando a procura é pela harmonia da porta
Pelo incenso vermelho do mar. Só o lobo é capaz
De libertar o escravo e vencer a fome das estrelas
Para o lobo a vitória, a única; é o sorriso ao chegar
Antes, porém, enfrenta os mármores dos carimbos
As noites sonâmbulas dos riscos, sempre de azuis
Os degraus ilusórios dos muitos labirintos de bordo
Os pântanos dos bois secos, dos relógios gigantes
O ponto de interrogação no céu de todas as silhuetas negras
Todos os duelos debaixo da ponte de giz e algodão até o mar
Vencidas as noites de musgo ele encontrará a última morada
Que o acompanhará ao último porto onde poderás ler:
Este atravessou os riffs das autoestradas cinzentas
Terá compreendido a espuma das ondas, a nívea do granito e do sal
Ela gravará o seu nome com o sangue honrado das grandes viagens
Pelo caminho o lobo dá-lhe todo o fio de ouro curvado
Por mais um dia de açúcares, pela; o vinho da única magna que o ata
Quando um lobo parte só o murmúrio da lua vestida de branco
Diz em silencio ao mar
Ele, foi o
A minha primeira ponte, e último
Presente desta
Rosa
Martina